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Metodologia Científica

Método Histórico

Método Histórico

Introdução

O estudo da história é complexo e multifacetado requerendo métodos rigorosos e sistemáticos para garantir a precisão e a integridade das informações. O método de procedimento histórico é uma das principais ferramentas entre as utilizadas pelos historiadores para compreender o passado, analisar eventos, processos e tendências ao longo do tempo.

Este método científico é baseado na coleta e análise de fontes primárias, tais como documentos, registros, correspondências, relatos de testemunhas, entre outros, bem como na revisão crítica de fontes secundárias, incluindo livros, artigos, teses e dissertações. É a partir destes materiais que os historiadores formam suas interpretações e conclusões sobre o passado. Além disso, o método histórico também envolve a contextualização dos eventos históricos, o que significa que eles são avaliados em relação aos seus contextos sociais, políticos, econômicos e culturais. Desta forma, é possível compreender a complexidade e a riqueza da história humana e as interações entre diferentes grupos e sociedades ao longo do tempo.

Como se baseia na verificação e fontes para reconstruir de maneira precisa a história, este método é fundamental para o estudo de eventos e fenômenos históricos, compreendendo suas causas, consequências e implicações., o método Histórico é fundamental para entender a evolução da sociedade e da cultura humana, assim como para estudar as transformações políticas, econômicas e sociais.

Entre os métodos de procedimentos da metodologia científica, é importante destacar que o método histórico é uma ferramenta essencial para investigação de fatos históricos já que permite a reconstrução confiável de eventos passados e a compreensão de seu impacto na sociedade e no mundo em geral. Ou seja, reconstrói o passado, sistematicamente, verificando evidência e delineando conclusões. (MARTINS, 2012).

Origem do Método Histórico

Esse método foi criado pelo antropólogo Franz Boas, que estabelecia a autonomia relativa do fenômeno cultural e rejeitava o determinismo. Para entender as formas de vida social contemporâneas, suas instituições e costumes, é preciso examinar o passado. Só assim poderemos compreender sua natureza e função. (HENRIQUES; MEDEIROS, 2017).

O que é Método Histórico?

Partindo do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é importante pesquisar suas raízes, para compreender sua natureza e função. Assim, o método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual por meio de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. Seu estudo, para uma melhor compreensão do papel que atualmente desempenham na sociedade, deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações. (LAKATOS; MARCONI, 2022).

O método histórico consiste, pois, em examinar o passado para verificar sua influência na sociedade atual. As instituições ao longo do tempo, “influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época”. (HENRIQUES; MEDEIROS, 2017).

Consiste em investigar os acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje. Partindo do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem do passado, é importante pesquisar suas raízes, para compreender sua natureza e função. (ANDRADE, 2017).

Consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado, para verificar sua influência na sociedade de hoje, nos fatos atuais, permitindo uma melhor compreensão do objeto de estudo. O pesquisador utiliza o método histórico a fim de fazer uma retrospectiva dos fatos, personagens, ou seja, do objeto de investigação no qual ele está interessado. (DUARTE; FURTADO, 2014).

Objetivos do Método Histórico

Busca nos acontecimentos passados explicações, causas para a ocorrência de determinados fatos. (HENRIQUES; MEDEIROS, 2017). Procura investigar os acontecimentos ao longo do tempo, ou seja, historicamente. Assim como, adquirir um conjunto de informações e dados sobre a evolução da humanidade, desde seu passado até o presente. (DUARTE; FURTADO, 2014).

O que é o objeto de estudo ou de investigação da História?

Jasper (1930, p. 352) considera que o objeto da História é o estudo dos principais acontecimentos que constituem a vida política, econômica, intelectual e moral de um povo, de uma época ou de uma humanidade inteira”. (SANTOS; PARRA FILHO, 2017).

Função do Método Histórico

Para Bittar (2016, p215), que trata o método histórico como técnica e que entende que se vale de documentos originais (fontes primárias de pesquisa), esse método é válido “para investigações dogmáticas (história de um instituto jurídico), para investigações filosóficas e sociológicas, bem como para as históricas”. (HENRIQUES; MEDEIROS, 2017).

Exemplos do Método Histórico

O que levou o ministro Gonçalves de Oliveira, do STF, a aposentar-se precocemente, poucos dias após haver assumido a presidência do tribunal, em 1968? Seria possível encontrar alguma evidência histórica esclarecedora? Seu arquivo no STF contém discursos, cartas ou registros que indiquem sua motivação? As memórias de seus colegas de Corte à Época como as biografias de Evandro Lins e Silva ou Hermes Lima, trazem relato a esse respeito? E os jornais da época, o que disseram? Note que isso é muito diferente da conhecida “parte histórica” que habita, infelizmente, muitas monografias jurídicas – de trabalho de conclusão de graduação até teses de doutorado. Essa “parte histórica” é frequentemente inútil, porque se resume a um desfile de informações superficiais sobre o passado, construída de maneira frequentemente anacrônica e sem apoio em fontes primárias. Não é porque um conceito, um instituto ou uma instituição têm uma história que a monografia é obrigada a recontá-la. Sobretudo porque falamos de uma prática cujo vocabulário é tão antigo quanto o direito – há mais de milênio convivemos com conceitos como “contratos”, “família”, “ilícitos”, “responsabilidade”, etc. -, convém refletir com cuidado sobre a necessidade da história para uma monografia jurídica, o que sempre se faz à luz do problema do trabalho. (QUEIROZ, 2015).

Para compreender a noção atual a família e parentesco, pesquisam-se no passado os diferentes elementos constitutivos dos vários tipos de família e as fases de sua evolução social; para descobrir as causas da decadência da aristocracia cafeeira, investigam-se os fatores socioeconômicos do passado. Portanto, colocando os fenômenos, como, por exemplo, as instituições, no ambiente social em que nasceram, entre suas condições “concomitantes”, torna-se mais fácil sua análise e compreensão, no que diz respeito à sua gênese e ao seu desenvolvimento, assim como às suas sucessivas alterações: ao permitir a comparação de sociedades diferentes, o método histórico preenche os vazios dos fatos e acontecimentos, apoiando-se em um tempo, mesmo que artificialmente reconstruído, que assegura a percepção da continuidade e do entrelaçamento dos fenômenos. (LAKATOS; MARCONI, 2022).

Material Histórico

Material Histórico x Materialismo Histórico?

Material Histórico

Em alguns casos, o pesquisador precisará fazer uso de material documental histórico para sua monografia. Isso normalmente acontece quando uma pergunta de pesquisa, ou ao menos parte dela, necessita ser enfrentada por meio de recursos metodológicos próprios da história. Muito resumidamente, isso se dá quando se busca a resposta para o porquê de um fato ou de um evento contingente em evidências históricas primárias, isto é, vestígios (normalmente) documentais, como discursos, diários, documentos variados, relatórios etc., que tenham sido produzidos no contexto histórico pesquisado pelo autor. Verificada a pertinência da história e seus métodos para ajudar a responder à pergunta da monografia, o próximo passo é localizar as fontes históricas pertinentes. Há diferentes locais onde essas fontes podem estar. Convém falar um pouco sobre cada um deles. (QUEIROZ, 2015).

Materialismo Histórico

No período em que Marx e Engels iniciaram sua formação, a filosofia hegeliana afirmava-se como sistema dominante na Alemanha, inaugurando no século XIX um novo método de pensamento: a dialética. Em vias de consolidação, a filosofia de Hegel influencia os primeiros escritos de Marx, pensando, posteriormente, em colaboração com Engels, por uma análise crítica rigorosa no que se refere principalmente à concepção idealista de história, de mundo, de Estado, de homem e de ciência. A crítica ao idealismo, a crítica à teoria política francesa e a crítica à economia clássica inglesa constituem os primeiros passos na definição do materialismo histórico como corpo central da concepção norteadora da ciência da história, sistematiza por Marx e Engels, formando o núcleo científico e social da teoria marxista. A questão fundamental a ser entendida aqui é a demarcação da ciência da história enquanto teoria e método científico, cujos pressupostos Marx fundamenta, em relação às justaposições históricas de cunho idealista e mecanicista presentes nas interpretações de historiadores e filosóficos que o precederam. Pode-se dizer, portanto, que a abordagem marxiana da história como processo reivindica, basicamente, dois aspectos:

  1. Que o nível de desenvolvimento das produtivas de uma dada sociedade permite entender as relações sociais e de produção e sua estrutura econômica, e que a base econômica da sociedade é o fundamento das superestruturas legais e jurídicas, formas de consciência.
  2. A história é a ciência da observação e da determinação objetiva do real – busca descobrir as leis da ciência e como as leis da natureza. (DIEZ; HORN, 2013).

Appolinário (2011), duas três definições:

  • I. Tese marxista segundo a qual a história é impulsionada pelos avanços tecnológicos (meios para a produção de bens material) e pelas mudanças na organização social, política e econômica. (ROHMANN, 2000).
  • II. Aspecto particular do materialismo dialético (DUROZOI; ROUSSEL, 1993), voltado para o estudo das leis sociológicas que regem a vida em sociedade, sua evolução histórica e desenvolvimento da humanidade (TRIVIÑOS, 1987).
  • Doutrina concebida pelos filósofos alemães Karl Marx (1818-1883) e Fredich Engels (1820-1895) acerca da realidade social, política e econômica. Sua ideia central é a de que ser humano é um ser de natureza exclusivamente biológica e que o progresso material e econômico depende da conscientização de que o capitalismo explora o trabalho assalariado, alienando-o dos mecanismos de dominação existentes e perpetuando a divisão das pessoas em classes sociais distintas. Tal doutrina considera a economia como sendo a base e causa determinante dos fenômenos históricos e sociais. A doutrina marxista possui dois aspectos que mantêm inter-relação com a pesquisa científica: o materialismo histórico e materialismo dialético.

Técnicas ou Tipos de Métodos Históricos?

As origens da história de vida podem ser encontradas nos trabalhos de antropólogos que, no início do século XX, dedicaram-se à coleta de autobiografias de chefes indígenas americanos (BARRETT, 1906; RADIN, 1926). Sua difusão, porém, deve-se à atuação de sociólogos da Escola de Chicago, iniciada na década de 1920. Importante marco nesse sentido foi a publicação do livro The Polish peasant in peasant in Europe and America, I. Thomas e Florian Znaniecki, que tratava da experiência de camponeses poloneses que migravam para os Estados Unidos (THOMAS; ZNANIECKI, 1919). Esses autores basearam seu estudo em notas autobiográficas, além de cartas e diários pessoais. Assim destacou-se a história de vida como Método de investigação sociológica, graças, principalmente, à influência de Robert Park (1864-1944). Dentre os trabalhos que se desenvolveram ao longo das décadas de 1920 e 1930, com apoio de histórias de vida, ressaltam-se os que abordavam experiências de andarilhos (ANDERSON, 1923), de integrantes de gangues (TRASHER, 1927) de habitantes de guetos (WIRTH, 1929), de um jovem delinquente (SHAW, 1930), e de um ladrão profissional (CORNWELL; SUTHERLAND, 1937). Com o prestígio dos métodos quantitativos, notadamente das Surveys, as pesquisas baseadas em foram se tornando cada vez mais raras. Mas, mesmo com esse declínio, surgiram trabalhos como o de Dollard (1949), que estabelece critérios para a condução de histórias de vida e as representa como adequadas para explorar a relação entre a cultura, a estrutura social e a vida individual. Constata-se, porém, a partir da década de 1990, a retomada do interesse por esse método por parte de pesquisadores empenhados na compreensão e explicação das experiências humanas. Assim identifica-se a utilização da história de vida não apenas no campo da sociologia e antropologia, mas de outras disciplinas, como psicologia, economia, educação e geografia. Para Queiroz (1991) a história de vida é a principal estratégia utilizada nas pesquisas narrativas. Há, todavia, outras que apresentam semelhança com história: história oral, biográficas, autobiografias e depoimentos pessoais. Assim como as histórias de vida, elas podem ser definidas como técnicas de relato oral (GIL, 2021).

Há uma variada gama de termos e significados, cada qual com particularidades teóricas e metodológicas próprias, recobrindo métodos que recorrem à apresentação de vidas concretas, no contexto e na perspectiva de quem as viveu, tomando-as como interpretações autorizadas de fatos e acontecimentos. As particularidades expressam-se em diferentes termos correlatos, para discriminar diferentes particularidades teórico-metodológicas, tais como autobiografia, biografia, história de vida, relatos de vida, memória, história oral, abordagem biográfica, método biográfico, etnobiografia etc., todas, com suas especificidades, visando descobrir as possibilidades heurísticas das trajetórias de vida pessoais, inseridas em uma realidade histórica social. (CHIZZOTTI, 2018).

História de Vida

História de vida é a técnica que pode ser definida como “o relato de um narrador sobre sua existência através do tempo, tentando reconstituir os acontecimentos que vivenciou e transmitir a experiência que adquiriu” (QUEIROZ, 1988, p.20). Apresenta, portanto, semelhança com outras técnicas, como a entrevista, a história oral, as autobiografias e os depoimentos pessoais. Por se tratar de um relato, pode-se entender que a história de vida é obtida mediante entrevista. Pode, portanto, ser definida como uma modalidade de entrevista caracterizada pela informalidade, pela profundidade e pelo foco na vida do entrevistado. É a técnica por excelência da pesquisa narrativa e também é utilizada nas pesquisas etnográficas e fenomenológicas. (GIL, 2021).

História de vida é um relato retrospectivo da experiência pessoal de um indivíduo, oral ou escrito, relativo a fatos e acontecimentos que foram significativos e constitutivos de sua experiência vivida. História de vida pode significar muitas coisas, dependendo dos objetivos ou do dos pressupostos teóricos do pesquisador. Há uma variada gama de termos e significados, cada qual com particularidades teóricas e metodológicas próprias, recobrindo métodos que recorrem à apresentação de vidas concretas, no contexto e na perspectiva de quem as viveu, tomando-as como interpretações autorizadas de fatos e acontecimentos. Bertaux (1997) já enunciara a variedade de usos de história de vida por diferentes disciplinas como antropologia, história social, psicologia social, psico-história, além da sociologia, educação e de diversas escolas de pensamento como o empirismo, o marxismo, a fenomenologia, a hermenêutica, o interacionismo, teoria dos papéis, dramaturgia e outras, focalizando os mais diversos objetos teóricos como o vivido, as trajetórias de vida, os modos de vida, as estruturas de produção, a imagem de si, os valores, o conflito de papéis etc. As histórias de vida, são para o autor, relatos de práticas de relações sociais do tipo “objetivo” ou socioestruturais, quando privilegiam as formas materiais de vida, relações de trabalho e classe etc., ou tipo “subjetivo” ou sociosimbólicos quando revelam as atitudes, representações e valores individuais que refletem as relações sociais. Alguns autores distinguem a história de vida (life history) dos relatos ou narrativas de vida, empregando neologismo distintivo “estórias de vida” (life story), para designar contos livres de um sujeito que narra espontaneamente os acontecimentos vividos (DENZIN, 1989; BERTAUX, 1980). A história de vida de um indivíduo ou grupo, apoiando-se em variadas fontes de informação além do relato do sujeito, como documentos, entrevistas ou quaisquer outras fontes que contenham informações que contenham informações sobre os fatos, o contexto e a própria pessoa. Os relatos ou “estórias” de vida contada a outrem, tal qual foi experenciada pela pessoa que viveu, tomando o seu ponto de vista como referência fundamental, tendo como objetivo informações sobre eventos passados, vividos ou testemunhados pela pessoa, e ainda não registrados. Ferrarotii (1983) e Bertaux (1997) preferem usar a designação abordagem bibliográfica ou método biográfico. As diferentes formas de trabalhar o método biográfico recorrem prevalentemente à entrevista, sem se confundir com ela, e comportam diferentes gêneros. (CHIZZOTTI, 2018).

É uma representação narrativa da história de vida de uma pessoa, tentando capturar a história de vida e também seus pontos de inflexão e temas-chave. As histórias de vida interesse vêm daquelas pessoas cujos grupos sociais, interações, ou estilos de vida foram o principal tema de estudo. (YIN, 2016).

A história de vida tem sua aceitação como método científico de pesquisa quando se considera que a neutralidade e a objetividade, características das ciências naturais, não são possíveis de ser obtidas quando se trata de realidades sociais que mudam, transformam a si mesmas e ao mundo. E, principalmente, quando essas realidades são passadas e sua recuperação é o objeto da pesquisa; nesse método, a realidade, o fato, a situação narrada ultrapassam o narrador, mas fazem parte do seu universo de vida, pertencem ao seu passado e fazem parte da vida. Analisam-se reações espontâneas, experiências particulares, visões pessoais que traduzam valores, padrões culturais, exemplos de épocas que auxiliem na análise do objeto de interesse. É a história, o fato, contado da maneira própria do narrador. O que ele relata é uma produção dos fatos de si mesmo como sujeito social, que viveu e revive o fato como o vê; não é exatamente uma apresentação de um ocorrido; há, nesse processo, uma produção de sentido no processo, uma construção do saber, que ocorre entre pesquisador e pesquisado. A cientificidade desse método deve ser preocupação primeira e principal do pesquisador, que deve procurar fazer uma escuta engajada, comprometida e participativa, porém, sem perder a capacidade crítica, lógica. Por isso, a importância de o pesquisador entender que o relato feito não reflete exatamente o ocorrido, e não é na precisão dos dados históricos que reside a importância desse método. Mas sim, no sentido que o narrador dá a essa realidade narrada, de forma a recriar uma realidade, uma ambiência vivida. (MICHEL, 2015).

A História de Vida refere-se a uma narração em torno de determinados fatos ou fenômenos, nos quais se evidenciam valores e padrões culturais. É uma técnica de coleta de dados que pode complementar outros já levantados. Consiste em um modo de interpretar e reinterpretar os eventos, para melhor compreender as ações, os conceitos e os valores adotados pelo grupo ou indivíduo objeto de pesquisa. Essa técnica de campo permite ao pesquisador um maior controle sobre a situação ou as motivações do entrevistado. O objetivo do investigador é complementar dados coletados, a fim de obter maior conhecimento sobre a vida do indivíduo. Ela tem como função básica estimular a pessoa, visando conseguir respostas claras e precisas sobre determinados fatos ou fenômenos. A História de Vida pode favorecer o surgimento de novas questões e conseguir mais detalhes. (MARCONI; LAKATOS, 2017).

Psicobiografia

Outra forma de relato de vida é a psicobiografia, onde o autor se situa no interior de uma trama de acontecimentos aos quais atribui uma significação pessoal e diante dos quais assume uma posição particular. A psicobiografia reúne informações tanto sobre fatos quanto sobre o significado de acontecimentos vividos que forjaram os comportamentos, a compreensão da vida e do mundo da pessoa. Outras formas de comunicar o conteúdo vivido na relação com o contexto da vida têm sido criadas com a contribuição de várias ciências: Psicologia, Linguística, Fisiologia, Sociologia etc. (CHIZZOTTI, 2017).

Biografia

Nas biografias, é o narrador sozinho que manipula os meios de registro, seja a escrita, o gravador de som ou a câmera de vídeo. É ele que por interesse pessoal, decide elaborar a narrativa e a encaminha da forma que melhor lhe parecer. Muitas vezes, a biografia é realizada sem que o biografado tenha sido entrevistado, sobretudo quando este já faleceu futuro (GIL, 2021).

Há muitas formas literárias de apresentar a história de uma vida. Cada pessoa idealiza uma forma de descrever sua experiência vivida, visando perpetuar para além de morte sua vida ou a vida de personagens históricos. A biografia é a narrativa da vida de uma pessoa, feita por outrem, que, com base em documentos, hipóteses e orientações teóricas, reconstrói a vida do biografado (biografia clássica). Sua origem pode ser encontrada na Antiguidade com Platão, biografando Sócrates ou Plutarco, traçando a biografia comparativa de 23 gregos e 23 romanos nas Vidas paralelas. Momigliano (1991) refere uma tradição mais longínqua à tradição biográfica, o grande incremento ocorre no século XIX e no começo do século XX, antes da Primeira Guerra mundial, dominada pelos pressupostos da Escola de Chicago – Thomas & Znaniecki (1927), com uma substancial renovação conceitual nos anos subsequentes (MILLER, 2005). É uma prática antiga que evolui muito em estilo, forma e gênero literários, abandonando o culto típico das personalidades grandiosas ou de vidas exemplares em favor da escuta sensível de vidas silenciadas, ou vozes, inaudíveis em contextos sociais opressivos, tendendo a democratização de figuras ilustres. Trata-se de um gênero literário em franca expansão que se consolida amparado na pesquisa documental e no rigor analítico, tendendo a expor o biografado no contexto socioeconômico e cultural em que viveu. (CHIZZOTTI, 2018).

Autobiografia

As autobiografias, por serem narrativas da própria existência, podem ser consideradas histórias de vida, mas sem a presença de um pesquisador. O próprio narrador é que se dispõe a relatar sua vida. Para tanto, seleciona os acontecimentos, organiza-os da melhor forma que lhe parecer e os apresenta ao público, geralmente sob forma de livro (GIL, 2021).

A autobiografia é uma história da vida escrita pela própria pessoa sobre si mesma, ou registrada por outrem, concomitante com a vida descrita, na qual esforça-se para exprimir o conteúdo de sua experiência pessoal. O autor seleciona e analisa fatos, experiências, pessoas e estágios relevantes de sua vida, interpretando sua história pessoal, o contexto e as contingências do curso da própria vida, criando um texto no qual tem voz privilegiada, imprime uma tônica subjetiva aos fatos e pessoas, transita entre real e ficcional, inscreve-se, de modo claro ou latente, em uma realidade social e se constrói como uma individualidade histórica. Na antiguidade, o gênero tinha o nome de apologia, na qual o autor apresentava suas justificativas, como faz Santo Agostinho de Hipona, nas suas Confissões (1984), ou apresentava um caráter literário, como nas Confissões, de Rousseau. A autobiografia dá ao autor uma grande autoridade na eleição dos fatos relevantes, seja de autocomplacência com erros ou ocultamentos e distorções explícitas de situações indesejadas e, por isso, contestada por alguns autores como fonte fidedigna para a pesquisa e a investigação. Porém, deve considerar que a subjetividade do autor é uma referência importante para identificar as preferências ideológicas, as concepções e práticas de um grupo social do qual o autor pode ser um representante típico. É um gênero frequentemente desenvolvido por personalidades que possuem habilidades redacionais e, tendencialmente, reflete as representações de indivíduos de uma camada social. Quando editada, a autobiografia é refinada pelo editor que elimina repetições, exige ampliação de descrições ou realce de episódios atraentes para público leitor. A autobiografia, é desse modo, um gênero fluente como são as perspectivas de vida e em grande evolução, assumindo formas cambiantes, heterogêneas e controversas de apresentar experiências vividas. Funde-se com ou transmuta-se, muitas vezes, em memória autobiográfica (RUBIN, 1986), novela (BARNET, 1986; SKLODOWSKA, 1996) reminiscência (DENZIN, 1989), confissão ou relato de experiência vivida (VAN MAANEN, 1990), narrativa evocativa (BOCHNER; ELLIS & TILLMANN-HEALY, 1998), etnografia pessoal (CRAWFORD, 1996), romance ou relato na primeira pessoa (ELLIS E BOCHNER, 1996), diário íntimo (ELLERBY, 2001), crônica, memento, tendo em comum fazer um relato da experiência de vida em uma narrativa na qual o autor explicita sua compreensão de fatos e acontecimentos, evoca suas emoções, expõe suas lembranças e interpreta suas reminiscências, apresentando o autor como espelho de seu tempo e de seu ambiente. Autobiografia tem infindas variações e modalidades de estilo de forma, dependendo da originalidade de estilo de forma, dependendo da originalidade e criatividade do autobiografado de sua história pessoal. (CHIZZOTTI, 2018).

Testemunho

Dentre os gêneros autobiográficos recentes, um tipo de narrativa testemunhal – o testemunho – assume uma importância e autoridade relevante no esclarecimento de eventos candentes, em que, em um texto narrativo, o protagonista ou testemunha de um fato conta na primeira pessoa uma experiência significante de vida, tendo em vista denunciar uma situação sociopolítica adversa, com a finalidade de mudá-la ou chamar atenção para uma reinvenção, ou eventos-limite, sejam eles sublimes, trágicos ou objetos. Pode ser definida como uma narrativa em forma de livro ou panfleto na primeira pessoa por um narrador que é também o real protagonista ou testemunha dos eventos que ele ou ela conta, e de que a narração, comumente, é a vida ou experiência significativa da vida (BEVERLEY, 2000:92). É um tipo de biografia, mas apresenta diferenças importantes em relação a outras formas biográficas: a testemunha é o autor, comprometido com a luta contra a opressão que denuncia e sem sua fala permaneceria oculta ou ignorada, mas nem sempre é o redator único do texto, uma vez que, frequentemente, é relatado por pessoas que não podem ou não sabem dar forma redacional ao seu testemunho. O testemunho tem um imperativo ético de denunciar as condições opressivas e os opressores, principalmente as torturas, atrocidades, chacinas e prisões de faz parte a testemunha. Gênero em crescente uso (GUGELBERGER, 1996), ganhou notoriedade com o Prêmio Nobel da Guatelmateca Rigoberta Menchu (1984), como denúncia de condições sociais opressivas na América Latina, mas o testemunho desenvolveu modalidades diversas de revelação de opressões, como objetivo de suscitar esforços de transformação, ou de denunciar atrocidades impunes contra grupos vulneráveis. Suas raízes podem ser encontradas nas crônicas coloniais, diários de guerra; na Europa, produziu uma literatura de denúncia à violência narcisista; na América Latina, fomentou testemunhos sobre modalidades de violência e crueldade perpetuadas pelas condições sociais, pelo aparato repressivo do Estado ou por grupos criminosos organizados. (CHIZZOTTI, 2018).

Etnobiografia

Na etnobiografia, o discurso autobiográfico – o que o sujeito conta – constitui a primeira versão da realidade, que é completada com tratamentos e análises complementares e com outras informações sobre a realidade social na qual o indivíduo está inserido. Supõe, assim, a produção de um primeiro relato bruto, seguido da releitura e correção com o narrador do relato produzido. Em outro momento, o pesquisador confronta o relato com outras informações orais ou escritas, previstas e discussões em grupo e, finalmente complementa com a pesquisa histórica e documental sobre as informações fornecidas para concluir a pesquisa (POIRIER; CLAPIER-VALLADON 7 RAYBAUT, 1983). A etonobiografia apresenta-se como uma pesquisa biográfica em profundidade, que pretende, por diversos meios, não só atenuar a subjetividade e o viés do narrador e, assim, melhor assegurar a validade objetiva do relato, mas também expor as diversas de consciência que vincula o sujeito à sociedade e aos fatos. Distingue-se da psicobiografia enquanto, nessa, o indivíduo se apresenta no interior de uma trama de acontecimentos, revelando as emoções suportadas e interpretando os sentimentos sofridos no curso dos eventos narrados. Aproxima-se de autobiografias espontâneas, como confissões, diários íntimos, reflexões pessoais etc. (CHIZZOTTI, 2018).

História Oral

Para alguns autores, a história de vida é uma das modalidades de história oral. Mas é preferível considerá-la como procedimento utilizado para registrar, preservar e interpretar as informações históricas com base em depoimentos de pessoas selecionadas em razão de sua posição no momento em que fatos ocorreram, ou com um procedimento alternativo utilizado pelos historiadores quando não se dispõe de documentos escritos. Para Morrisey (2006), a história oral é constituída por entrevistas gravadas que preservam memórias historicamente significantes para uso futuro (GIL, 2021).

A história oral, ainda que presente na Antiguidade como um meio de se preservar as tradições culturais, tornou-se uma relevante direção nos estudos históricos. Relegada no século XIX, quando se procurou dar um estatuto científico objetivo à história, foi retomada na segunda metade do século XX, não só como forma de dar voz aos excluídos da história oficial, mas também como resultante de uma nova compreensão da história: primeiro a Escola dos Annales, para a qual a atenção do historiador não deve concentrar-se somente em grandes eventos e regimes políticos, mas atender os mecanismos econômicos que enfrentam as estruturas e ocultam realidades sociais realidades sociais. No segundo quartel do século passado, a renovação trazida pela história cultural renova o interesse pela história contemporânea, distancia-se do conceito de passado só como realidade já acontecia que deve ser preservada, recupera a relevância das fontes orais e introduz novas questões temáticas e teórico-metodológicas. Dentre essas questões, ocupa lugar a memória coletiva (HALBWACHS, 1990) como um fenômeno social, que articula o acervo de lembranças enraizadas na rede de solidariedades de um grupo. A memória é, segundo Nora (1984), uma reconstrução do passado, calcado no fluxo de emoções e vivências, e desse modo, cambiante de acordo com o momento atual, sofrendo transformações e frustações constantes. Seu uso em pesquisa não significa a descrição do acontecimento, mas a subjetividade do relato pode revelar muito dos anseios e lutas não visíveis dos excluídos, o significado do esquecimento e dos silêncios (POLLACK, 1989; 1992). Na história oral, como possibilidade de pesquisa, o investigador reúne informações orais de uma ou mais pessoas sobre eventos, seu contexto, suas causas e efeitos. Como forma de pesquisa, a coleta de testemunhos orais, derivada da “história oral”, supõe um conhecimento dos diferentes usos da história (CARDOSO & BRIGNOLI, 2002) e as possibilidades que o recurso aos testemunhos orais podem oferecer, como suprir deficiências de documentos disponíveis, alcançar informações não registradas ou inacessíveis, compreender o contexto vivido para além das informações unidimensionais oferecidas pelos documentos, extrair uma perspectiva não oficial, registrar a visão de grupos humanos que não têm tradição escrita ou domínio dela. Alguns historiadores preferem designar fontes orais da história. O historiador, em geral, distingue as fontes primárias – testemunhos orais ou registros (escritos, orais, sonoros ou imagéticos) de testemunhas oculares dos acontecimentos investigados que tinham tido relação direta com o evento – e as fontes secundárias, testemunhos orais e escritos de pessoas não imediatamente presentes ao evento, mas que analisem um acontecimento ou discorram sobre o acontecido. A história oral, tendencialmente, tem ampliado a utilização da metodologia da pesquisa, abarcando campos cada vez mais diferenciados do conhecimento, sob o patrocínio dinâmico de grupos de pesquisa, associações e periódicos, como a Associação Internacional da História Oral. No Brasil, a Associação Brasileira de História Oral (ABHO), fundada em 1994, promove encontros, cursos e publicações sobre a metodologia e pesquisas; edita a revista História Oral, sob os auspícios do Núcleo de Estudos em História Oral, Departamento de História, FFLCH-USP (NEHO-USP). (CHIZZOTTI, 2018).

História oral é muito utilizada quando se pretende entender e aprofundar conhecimento sobre determinada realidade, um momento histórico, por exemplo. Esse método permite maior aproximação com a realidade na qual o sujeito está inserido, fazendo uso de conversas, interrogatórios, relatos orais ou escritos de pessoas, cuja experiência de vida esteja diretamente relacionada com o objeto de estudo. Consiste em buscar impressões, depoimentos orais de pessoas que testemunham acontecimentos importantes para a compreensão de fatos sociais e determinantes para a análise do tema em estudo. A ideia é conhecer a história recente, contada por pessoas que a viveram, obtendo delas a sua visão dos fatos. (MICHEL, 2015).

Depoimento pessoal

Os depoimentos pessoais também são constituídos por relatos concentrados em período reduzido de tempo. A maior diferença entre história de vida e depoimento pessoal está na maneira de agir do pesquisador. Embora a história de vida quanto os depoimentos caracterizem-se pela espontaneidade, ao coletar um depoimento, o pesquisador adota uma postura mais diretiva. Só lhe interessa obter informações acerca de acontecimentos que se relacionam diretamente com o assunto que está sendo pesquisado. Se o narrador se afasta do foco com digressões, o pesquisador conversa-se o mais silencioso possível; o narrador é quem decide o que é importante relatar. (GIL, 2021).

Histórias comunicativas da vida cotidiana

Um dos métodos dentro da metodologia comunicativa crítica no qual os pesquisadores e os participantes constroem juntos descrições reflexivas de experiências cotidianas. (NIND; CURTIN; HALL, 2019).

O que é Método histórico-evolutivo?

O uso do método histórico-descritivo é muito útil para mapear a experiência passada, localizar no tempo e espaço uma pessoa, uma tendência, um evento ou uma organização, para dar respostas para questões particulares. Os fenômenos em geral, e principalmente os econômicos contemporâneos, podem ser analisados e entendidos a partir de uma perspectiva histórica. E, a partir da análise, evolução e comparação histórica das atividades e instituições econômicas, pode-se traçar uma perspectiva, principalmente no que diz respeito ao comportamento dos agentes do processo. O resultado de muitas diretrizes econômicas voltadas para áreas específicas, como investimentos, balanços, variação patrimonial, só podem ter a sua avaliação num prazo mais longo. Através dessa análise e comparações ao longo do tempo pode-se concluir a importância dessas diretrizes e, em função disso, estabelecer novas políticas a serem adotadas. A verdade aqui é comprovada pela análise global da variação do objeto da investigação ao longo do tempo (ex.: pesquisa realizada para verificar, testar e efetividade, lucro, receita, despesa de medidas organizacionais implantadas). Outros fenômenos, fatos, situações de outras naturezas também podem ser discutidos, analisados sob uma perspectiva temporal, que permite avaliações ao longo do tempo para determinar evoluções, involuções, crescimentos, enfim, mudanças. Outras situações podem ocorrer quando há interesse em preservar o registro de eventos e realizações passadas (MICHEL, 2015).

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Referências Bibliográficas:

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

APPOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de Metodologia Científica: um guia para a produção do conhecimento científico. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2017.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa Qualitativas em Ciências Humanas e Sociais. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

DIEZ, Carmen Lúcia Fornari; HORN, Geraldo Baldino. Orientações para Elaboração de Projetos e Monografias. 3. ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

DUARTE, Simone Viana; FURTADO, Maria Sueli Viana. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: Saraiva, 2014.

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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. Atualização da edição João Bosco Medeiros. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2022.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para Elaboração de Monografias e Dissertações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

MICHEL, Maria Helena. Metodologia e Pesquisa Científica em Ciências Sociais: um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2015.

NIND, Melanie; CURTIN, Alicia; HALL, Kathy. Métodos de Pesquisa para a Pedagogia. Tradução de Caesar Souza. Petrópolis RJ: Vozes, 2019.

QUEIROZ, Rafael Mafei Rabelo. Monografia Jurídica: passo a passo. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo Método, 2015.

SANTOS, João Almeida; FILHO, Domingos Parra. Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017.

YIN, Robert K. Pesquisa Qualitativa do Início ao Fim. Tradução: Daniel Bueno. Porto alegre: Penso, 2016.

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