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Metodologia Científica

Pesquisa Exploratória

Pesquisa exploratório

A pesquisa exploratória, é designada por alguns autores como pesquisa quase científica ou não científica. A pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico.

São realizadas quando o objetivo é examinar um tema pouco estudado. As pesquisas exploratórias servem para preparar o terreno e normalmente antecedem as pesquisas com alcances descritivos, correlacionais ou explicativos. Uma pesquisa pode começar sendo exploratória, depois ser descritiva e correlacional e terminar como explicativa. (SHAUGHNESSY; E. ZECHMEISTER; J. ZECHMEISTER, 2012).

Que é Pesquisa Exploratória?

Em regra geral, a pesquisa exploratória é o tipo de pesquisa realizada quando o tema escolhido é pouco explorado, sendo difícil a formulação e operacionalização de hipóteses. Muitas vezes, esse tipo de estudo se constitui em um primeiro passo para a realização de uma pesquisa mais aprofundada. (OLIVEIRA, 2018).

A pesquisa exploratória é normalmente o passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. A pesquisa exploratória não requer a elaboração de hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir os objetivos e buscar informações sobre determinado assunto de estudo.

A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma situação. Recomenda-se a pesquisa exploratória quando há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).

Pode-se afirmar que a maioria das pesquisas realizadas com propósitos acadêmicos pelo menos num primeiro momento, assume caráter de pesquisa exploratória, pois neste momento é pouco provável que o pesquisador tenha uma definição clara do que irá investigar.

No entanto, a pesquisa exploratória, quando apresenta apenas explicações gerais sobre determinado fenômeno ou fato, é de certa forma superficial quando se pretende concluir uma pesquisa acadêmica em programas de pós-graduação stricto sensu. (OLIVEIRA, 2018).

Objetivos da Pesquisa Exploratória

As pesquisas exploratórias têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas ideias. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).

São finalidades de uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de trabalho; definir objetivos ou formular hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. Através das pesquisas exploratórias se avalia a possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto. Portanto, a pesquisa exploratória, na maioria dos casos, constitui um trabalho preliminar ou preparatório para outro tipo de pesquisa. (ANDRADE, 2017).

Segundo Gil (2019) as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.

Para Marconi e Lakatos, (2017) são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: descrever hipóteses; aumentar a familiaridade do pesquisador com ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa; e modificar e clarificar conceitos.

A pesquisa exploratória visa proporcionar maiores informações sobre um assunto investigado, familiarizar-se com o fenômeno ou conseguir nova compreensão desse, a fim de poder formular um problema mais preciso de pesquisa ou criar novas hipóteses. Pode ser também o passo inicial em um processo de pesquisa. Os estudos exploratórios conduzem apenas a hipóteses, não verificam, nem demonstram. (LEÃO, 2017).

Para Severino (2016) a pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho mapeando as condições de manifestação desse objeto. Na verdade, ela é uma preparação para pesquisa explicativa.

Este tipo de pesquisa objetiva dar uma explicação geral sobre determinado fato, através da delimitação do estudo, levantamento bibliográfico, leitura e análise de documentos. As pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. Dessa forma, a pesquisa exploratória, ao dar uma explicação geral, pode levantar um novo problema que será esclarecido através de uma pesquisa mais consistente. Portanto, esse tipo de pesquisa desenvolve estudos que dão uma visão generalizada do fato ou fenômeno estudado.

Os estudos exploratórios são realizados quando o objetivo é examinar um tema ou um problema da pesquisa pouco estudado, sobre o qual temos muitas dúvidas ou que não foi abordado antes. Ou seja, quando a revisão da literatura revelou que existem apenas orientações não pesquisadas e ideias vagamente relacionadas com o problema de estudo, ou ainda, se queremos pesquisar sobre temas e áreas a partir de novas perspectivas. (SHAUGHNESSY; E. ZECHMEISTER; J. ZECHMEISTER, 2012).

Metodologia da Pesquisa Exploratória

Uma pesquisa exploratória requer um planejamento de certa forma mais flexível que a pesquisa de campo, ou a pesquisa experimental para construção de dissertações e teses. Esse tipo de pesquisa necessita de um consistente levantamento bibliográfico, análise de documentos, observações de fatos, fenômenos e procedimento metodológico que se aplica ao método de estudo de caso.

Empregam-se geralmente procedimentos sistemáticos para a obtenção de observações empíricas ou para análises de dados (ou ambas, simultaneamente). Obtêm-se com frequência descrições tanto quantitativas quanto qualitativas do objeto de estudo, e o investigador deve conceituar as inter-relações entre as propriedades do fenômeno, fato ou ambiente observado.

Coleta de dados na Pesquisa Exploratória

A coleta de dados na pesquisa exploratória pode ocorrer de diversas maneiras, mas geralmente envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática com o assunto; análise de exemplos que estimulem a compressão. Em virtude dessa flexibilidade, torna-se difícil, na maioria dos casos, “rotular” os estudos exploratórios, mas é possível identificar pesquisas bibliográficas, estudos de caso e mesmo levantamentos de campo que podem ser considerados estudos exploratórios.

Uma variedade de procedimentos de coletas de dados pode ser utilizada, como entrevista, observação participante, análise de conteúdo etc. para estudo relativamente intensivo de um pequeno número de unidades, mas em geral sem o emprego de técnicas probabilísticas de amostragem. Muitas vezes, ocorre a manipulação de uma variável independente com a finalidade de descobrir seus efeitos potenciais.

Técnicas de coletas de dados na pesquisa exploratória

a) Estudos exploratórios descritivos combinados: são estudos exploratórios que têm por objetivo descrever completamente determinado fenômeno, como estudo de um caso para o qual são realizadas análises empíricas e teóricas. Podem ser encontradas tanto descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto acumulação de informações detalhadas como as obtidas por intermédio da observação participante. Dá-se precedência ao caráter representativo sistemático e, em consequência, os procedimentos de amostragem são flexíveis.

b) Estudos que usam procedimentos específicos para coleta de dados: são estudos que usam procedimentos específicos para coleta de dados para o desenvolvimento de ideias; são estudos exploratórios que utilizam exclusivamente determinado procedimento, como a análise de conteúdo, para extrair generalizações com o propósito de produzir categorias conceituais que possam vir a ser operacionalizadas em um estudo subsequente. Dessa forma, não apresentam descrições quantitativas extas entre as variáveis determinadas.

c) Estudos de manipulação experimental: consistem em estudos exploratórios que têm por finalidade manipular uma variável independente, a fim de localizar variáveis dependentes que potencialmente estejam associadas a ela, estudando-se o fenômeno em seu meio natural. O propósito desses estudos em geral é demonstrar a viabilidade de determinada técnica ou programa como uma solução, potencial e viável, para determinados programas práticos. Os procedimentos de coleta de dados variam bastante e técnicas de observação podem ser desenvolvidas durante a realização da pesquisa. (MARCONI; LAKATOS, 2017).

Exemplos de Pesquisa Exploratória

Como exemplo podemos citar a análise de fenômenos desconhecidos ou novos: uma doença surgida recentemente, uma catástrofe que ocorreu em um lugar onde nunca havia acontecido algum desastre, preocupações suscintas a partir da decifração do código genético humano etc.

Importância da Pesquisa Exploratória

As pesquisas exploratórias são importantes porque servem para nos tornar familiarizados com fenômenos relativamente desconhecidos, obter informação sobre a possibilidade de realizar uma pesquisa mais completa relacionada com um contexto particular, pesquisar novos problemas, identificar conceitos ou variáveis promissoras, estabelecer prioridades para pesquisas futuras ou sugerir afirmações e postulados.

As pesquisas exploratórias poucas vezes são um fim em si mesmo, eles geralmente determinam tendências, identificam áreas, ambientes, contextos e situações de estudo, relações potenciais entre variáveis; ou estabelecem o “tom” de pesquisas anteriores mais elaboradas e rigorosas. Essas indagações se caracterizam por serem mais flexíveis em seu método se comparadas com as descritivas, correlacionais ou explicativas, e são mais amplas e diversas. Elas também envolvem um ‘risco” maior e exigem muita paciência, serenidade e receptividade do pesquisador. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013).


Referências Bibliográficas:

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

LEÃO, Lourdes Meireles. Metodologia do Estudo e Pesquisa: facilitando a vida dos estudantes, professores e pesquisadores. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como Fazer Pesquisa Qualitativa. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

SAMPIERI, Roberto Hernandéz.; COLLADO, Carlos Fernandéz; LUCIO, María del Pilar Baptista. Metodologia da Pesquisa. Tradução: Daisy Vaz de Moraes. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016.

SHAUGHNESSY, John j.; ZECHMEISTER, Eugene B.; ZECHMEISTER, Jeanne S. Metodologia de Pesquisa em Psicologia. Tadução: Ronaldo Cataldo Costa. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.

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