Resumidamente, pesquisa experimental é a manipulação e o controle das variáveis, com o objetivo de identificar qual é a variável independente que determina a causa variável dependente ou do fenômeno em estudo. (ANDRADE, 2017).
Que é Pesquisa Experimental?
Para Gil (2019), a pesquisa experimental constitui o delineamento mais prestigiado nos meios científicos. Consiste essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes de influenciá-lo e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Trata-se, portanto, de uma pesquisa em que o pesquisador é um agente ativo, e não um observador passivo.
Segundo Marconi e Lakatos (2017), a pesquisa experimental: “descreve o que será” – quando há controle sobre determinados fatores; a importância encontra-se nas relações de causa e efeito.
Metodologia da Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Nesse tipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre as causas e os efeitos de determinado fenômeno. Com a criação de situações de controle, procura-se evitar a interferência de variáveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-se a variável independente a fim de observar o que acontece com a dependente. Enquanto a pesquisa descritiva procura classificar, explicar e interpretar os fenômenos que ocorrem, a pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por que o fenômeno é produzido. Para atingir esses resultados, o pesquisador deve fazer uso de aparelhos e instrumentos que a técnica moderna coloca a seu alcance ou de procedimentos apropriados e capazes de tornar perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas no objeto de estudo. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).
A investigação experimental – conhecida também por “experimentação” – adota o critério de manipulação de uma ou mais variáveis independentes (causas) sob adequado controle, a fim de observar e interpretar as reações e as modificações ocorridas no objeto de pesquisa (efeito variável dependente). Assim sendo, na pesquisa experimental, o investigador interfere na realidade, fato ou situação estudada, pela manipulação direta das variáveis. Nos estudos experimentais clássicos, era costume estudar a relação de uma única variável com o objeto enfocado (causa-efeito). Atualmente, é frequente estudar os efeitos de uma ou mais variáveis nos limites de um único experimento, observando-se as inter-relações e graus de intensidade e de influência das variáveis entre si.
Por “identificação e definição” do problema em estudo, compreende-se a fase em que o pesquisador formula e delimita o seu problema de pesquisa com a indicação das variáveis a ser testadas no experimento. Em um segundo momento, procura-se a familiarização com o problema por meio do levantamento de dados e da consulta a fontes bibliográficas. Obtendo maior conhecimento sobre o tema e explicitando bem o problema ou área a estudar, chega-se à fase de explicitação de hipóteses, ou seja, de preposições ou generalizações elaboradas sob o objeto de estudo um critério ordenado de relações.
Definir o plano experimental significa estabelecer os caminhos para a realização do experimento. Estruturam-se tarefas, além de programar o método de controle sistemático de variável, da amostra e dos instrumentos de coleta de dados. (BARROS; LEHFELD, 2014).
Em uma pesquisa experimental, os investigadores identificam uma amostra e podem generalizar para uma população; no entanto, a intenção básica de uma pesquisa experimental é testar o impacto de um tratamento (ou de uma intervenção) sobre um resultado, controlando todos os outros fatores que possam influenciar esse resultado. Como toda forma de controle, os pesquisadores indicam aleatoriamente os indivíduos para os grupos. Quando um grupo recebe tratamento e o outro grupo não recebe, o experimentador pode isolar se é tratamento – e não outros fatores – que influencia o resultado. (CRESWELL, 2010).
Qual a diferença entre grupo de controle e grupo experimental?
Um experimento pode ser realizado abrangendo dois grupos: o “grupo de controle” e o “grupo experimental”.
No grupo experimental, aplica-se ou retira-se o fator variável experimental, denominado também “variável independente”. O grupo de controle é aquele que serve de comparação para o grupo experimental. Nesse grupo, é aplicado um fator de controle, ou seja, na maioria das vezes não se aplica nele a variável experimental. Realizando-se o experimento, o pesquisador deverá registrar os resultados encontrados para posteriormente trabalhar esses dados, apresentando-os em forma mais simplificada através de tabelas e gráficos.
Que são provas de significância?
É a fase de cálculo de testes anteriormente escolhidos para a comprovação ou rejeição de hipóteses. Após a efetivação dessas fases, chega-se à análise e discussão dos resultados encontrados em função das hipóteses de investigação e, finalmente, às conclusões gerais da pesquisa. (BARROS; LEHFELD, 2014).
Exemplos de Pesquisa Experimental
Podemos usar como exemplo de pesquisa experimental, quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de líquidos, bactérias ou ratos, nestes casos, não se identificam grandes limitações quanto à possibilidade de experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as limitações tornam-se bem evidentes. A complexidade do ser humano, sua historicidade e, sobretudo, implicações éticas dificultam a realização de pesquisas experimentais nas ciências humanas.
Constata-se, no entanto, a utilização cada vez mais frequente de experimentos com seres humanos no âmbito da Psicologia (exemplo: estudos sobre aprendizagem), da Psicologia Social (exemplo: mensuração de atitudes, comportamento de pequenos grupos, efeitos da propaganda etc.) e da Sociologia do Trabalho (exemplo: influência de fatores sociais na produtividade).
Segundo o modelo clássico da pesquisa experimental, o pesquisador precisa manipular pelo menos um dos fatores que se acredita ser responsável pela ocorrência do fenômeno que está sendo pesquisado. Nem sempre, porém, verifica-se nas pesquisas o pleno controle da aplicação dos estímulos experimentais ou a distribuição aleatória dos elementos que compõem os grupos. (GIL, 2019).
Convém esclarecer que a pesquisa experimental não se resume a pesquisas realizadas em laboratório, assim como a descritiva não se resume a pesquisas de campo. Os termos de campo e laboratório indicam apenas o contexto em que elas se realizam. Uma pesquisa pode ser experimental tanto em contexto de campo quanto de laboratório. O mesmo acontece com a descritiva. Pode-se dizer que, no contexto de laboratório, realizam-se mais pesquisas de natureza experimental. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).
Referências Bibliográficas:
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução: Magda Lopes. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.