O termo pesquisa-ação foi cunhado em 1946 por Kurt Lewin, nos Estados Unidos no período, que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, com propósitos de integração social, ao desenvolver trabalhos que tinham como propósito a integração de minorias étnicas à sociedade norte-americana. Assim, definiu pesquisa-ação como uma pesquisa que não apenas contribui para a produção de livros, mas também conduz a ação social. (GIL,2019).
Que é Pesquisa-ação?
Para Barros e Lehfeld (2014), a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é desenvolvida e realizada em intensa associação com uma ação ou com a realização de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
A pesquisa-ação pode ser definida como “um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou ainda com a resolução de um problema coletivo, onde todos pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo e participativo” (THIOLLENT, 1985, p.14 apud GIL, 2019, p. 38)
Finalidade da Pesquisa-Ação
A finalidade da pesquisa-ação é resolver problemas cotidianos e imediatos e melhorar práticas concretas. Seu proposito fundamental é trazer informação que oriente a tomada de decisão para programas, processos e reformas estruturais.
Pilares da Pesquisa-Ação
A maioria dos autores a situa nos marcos referenciais interpretativo e crítico, fundamentando os desenhos da pesquisa-ação em três pilares:
- Os participantes que estão passando por um problema são os que estão mais capacitados para abordá-los em um ambiente natural;
- A conduta dessas pessoas está muito influenciada pelo entorno natural onde elas se encontram.
- A metodologia qualitativa é a melhor para o estudo dos ambientes naturais, porque é um de seus pilares epistemológicos. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013).
Metodologia da Pesquisa-Ação
A pesquisa-ação vem emergindo como uma metodologia para intervenção, desenvolvimento e mudança no âmbito de grupos, organizações e comunidades. É um tipo de pesquisa que não se ajusta ao modelo clássico de pesquisa científica, cujo propósito, é o de proporcionar a aquisição de conhecimentos claros, precisos e objetivos. No entanto, vem sendo amplamente incentivada por agências de desenvolvimento, programas de extensão universitária e organizações comunitárias.
Nesse tipo de pesquisa, os pesquisadores desempenham um papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados. O pesquisador não permanece só levantando problemas, mas procura desencadear ações e avaliá-las em conjunto com a população envolvida. A pesquisa-ação não pode ser confundida com pesquisa descritiva, em que se utiliza técnica de observação participante.
Na pesquisa-ação, a participação dos pesquisadores é explícita dentro da situação da investigação, com os cuidados necessários para que a ação seja conjunta com os grupos implicados nessa situação.
A pesquisa-ação tem características situacionais, já que procura diagnosticar um problema específico numa situação específica, com vistas a alcançar algum resultado prático. Diferentemente da pesquisa tradicional, não visa a obter enunciados científicos generalizáveis, embora a obtenção de resultados semelhantes em estudos diferentes possa contribuir par algum tipo de generalização. (GIL, 2019).
Para Barros e Lehfeld (2014), Na pesquisa-ação há uma interação efetiva e ampla entre pesquisadores e pesquisados; o objeto de estudo é constituído pela situação social e pelos problemas de diferentes naturezas encontrados nessa situação; volta-se para a resolução e/ou esclarecimento da problemática observada; a pesquisa não é um simples ativismo, mas há o objetivo de aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o nível de consciência das pessoas e grupos considerados.
Nessa classificação, a pesquisa-ação como um subitem da pesquisa descritiva porque ela vai além de uma simples constatação e configuração do problema, ou seja, a pesquisa-ação atinge o nível de descrição dos fenômenos, porém não se restringe aos passos declinados pelo modelo clássico da pesquisa descritiva. Nesse tipo de pesquisa, a maior preocupação está em estabelecer um sentido de horizontalidade no processo do conhecimento e ação entre pesquisador e realidade, pesquisador e pesquisado.
Pesquisa-Ação e Pesquisa Participante
Existem algumas semelhanças entre a pesquisa a pesquisa-ação e a participante, pois ambas se caracterizam pela interação entre os pesquisadores e as pessoas envolvidas nas situações investigadas. A principal diferença está no caráter emancipador da pesquisa-participante. Enquanto a pesquisa-ação supõe alguma forma de ação, que pode ser de caráter social, educativo, técnico ou outro, a pesquisa participante tem como propósito fundamental a emancipação das pessoas ou das comunidades que a realizam. (GIL, 2019).
Pesquisa-Ação Participante ou Cooperativa
É um tipo de pesquisa onde os membros do grupo, organização ou comunidade atuam como copesquisadores. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013).
Referências Bibliográficas:
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SAMPIERI, Roberto Hernandéz.; COLLADO, Carlos Fernandéz; LUCIO, María del Pilar Baptista. Metodologia da Pesquisa. Tradução: Daisy Vaz de Moraes. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013.