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Método Indutivo

Podemos dizer que método indutivo é o método no qual partimos de algo particular para uma questão mais ampla, mais geral. Isso significa que a indução parte de um fenômeno para chegar a uma lei geral por meio da observação e da experimentação, visando a investigar a relação existente entre dois fenômenos para se generalizar o resultado.

O que é Método Indutivo?

Método Indutivo segundo os conceitos de diversos autores:

Na indução, a conclusão está para as premissas como o todo está para as partes. De verdades particulares conclui-se verdades gerais. O método indutivo baseia-se na generalização de propriedades comuns e certo número de casos até o momento observados e a todas as ocorrências de fatos similares que poderão ser verificadas no futuro. O grau de confirmação dos enunciados depende das evidências ocorrentes. Para que as conclusões da indução sejam verdadeiras o mais frequentemente possível e tenham maior grau de sustentação, pode-se acrescentar ao argumento evidências adicionais, sob a forma de premissas novas que figuram ao lado das premissas inicialmente consideradas. Já que a conclusão de um argumento indutivo pode ser falsa, mesmo quando as premissas são verdadeiras, a evidência adicional pode favorecer a percepção, com mais precisão, se a conclusão for, de fato, verdadeira. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).

Como conceito do método indutivo, podemos dizer que é o método no qual partimos de algo particular para uma questão mais ampla, mais geral. Isso significa que a indução parte de um fenômeno para chegar a uma lei geral por meio da observação e de experimentação, visando a investigar a relação existente entre dois fenômenos para se generalizar o resultado. (PRODANOV; FREITAS, 2013).

A indução é um processo mental, por intermédio do qual, partindo de dados particulares suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal não contida nas partes examinadas. Para que as conclusões indutivas sejam verdadeiras o mais frequentemente possível e tenham, consequentemente, maior grau de sustentação, pode-se aproveitar o acréscimo de evidências adicionais ao argumento sob a forma de novas premissas ao lado das pesquisas consideradas. (BARROS; LEHFELD, 2014).

A indução é um tipo de raciocínio que caminha do registro de fatos particulares para chegar à conclusão ampliada que estabelece uma proposição geral. Partindo de dados particulares (fatos, experiências, enunciados empíricos) e, por meio de uma sequência de operações cognitivas, chega a leis ou conceitos mais gerais, indo dos efeitos à causa, das consequências ao princípio, da experiência à teoria. Nessa forma de condução de raciocínio, a premissa maior não é uma verdade absoluta, não contempla toda a verdade da menor. Ela é válida apenas para um número restrito de casos; assim não está completamente inserida, contemplada na maior e a conclusão não generaliza todos os casos. É proposta de verdade; verdade comprovada para uma situação específica e que poderá ser ampliada para outras situações, desde que sejam repetidos os mesmos elementos verificados na premissa maior. Portanto, a conclusão é uma generalização. A premissa maior não contempla a menor; ela é hipótese, proposta de verdade. Se as premissas são verdade, a conclusão “pode” ser verdade, não é verdade (talvez seja uma verdade). A conclusão encerra a informação que não constava nas premissas. (MICHEL, 2015).

No caso do raciocínio indutivo, ou seja, do método indutivo ou da indução, a partir de alguns fatos observados (fatos particulares), o cientista conclui que a relação identificada se aplica a todos da mesma espécie, mesmo àqueles não observados (princípio universal). O que se constatou de uma amostra é estendido a toda a população de casos da mesma espécie. Assim, indução é um procedimento lógico pelo qual se passa de alguns fatos particulares a um princípio geral. Trata-se de um processo de generalização, fundado no pressuposto filosófico do determinismo universal. Pela indução, estabelece-se uma lei geral a partir da repetição constatada de regularidades em vários casos particulares; da observação de reiteradas incidências de uma determinada regularidade, conclui-se pela sua ocorrência em todos os casos possíveis. (SEVERINO, 2016).

Levando-se em consideração que a ciência está em constante evolução, o método indutivo é muito importante, visto que seu ponto de partida é a observação dos fatos e dos fenômenos da realidade objetiva. Nessa perspectiva, o método indutivo é o método fundamental das Ciências Naturais e Ciências Sociais pois a indução não é um raciocínio único, ela compreende um conjunto de procedimentos: uns empíricos, outros lógicos e outros indutivos. Portanto, o método indutivo é uma ferramenta que conduz o pesquisador a observar a realidade para fazer seus experimentos e tirar suas conclusões, sendo por isso um método bastante usado nas Ciências em geral. (OLIVEIRA, 2018).

Método indutivo é a aproximação dos fenômenos que caminha geralmente para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias (conexão ascendente). (MARCONI; LAKATOS, 2019).

De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. Na filosofia o método indutivo constitui o método proposto pelos filósofos empiristas para os quais o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios preestabelecidos. Nesse método, parte-se da observação dos fatos ou fenômenos cujas causas se deseja conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos.

Com o advento do positivismo, a importância do método indutivo foi reforçada e passou a ser proposto também como método mais adequado para investigação nas Ciências Sociais. Não há como deixar de reconhecer a importância do método indutivo na constituição das Ciências Sociais pois serviu para que os estudiosos da sociedade abandonassem a postura especulativa e se inclinassem a adotar a observação como procedimento indispensável para atingir o conhecimento científico. Graças a seus influxos é que foram definidas técnicas de coleta de dados e elaborados instrumentos capazes de mensurar os fenômenos sociais. (GIL, 2019).

O método indutivo é um raciocínio em que, valendo-se de observações de fatos particulares, o pesquisador chega a uma conclusão genérica, ou seja, que funciona como uma lei. A observação de um fenômeno, mantido o controle de variáveis e nas mesmas condições, leva o pesquisador a concluir que no futuro, se repetidas condições idênticas, alcançará os mesmos resultados. (MEDEIROS, 2019).

Exemplo clássico de Método Indutivo

Arame conduz calor.
Ouro conduz calor.
Ferro conduz calor.
Logo, todo metal conduz calor.

Objetivo do Método Indutivo

O objetivo do argumento ou método indutivo é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo de que o das premissas nas quais basearam. Uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o método indutivo, da mesma forma que o método dedutivo, fundamenta-se em premissas. (MARCONI; LAKATOS, 2019).

Leis, regras e fases do método indutivo

Todo trabalho científico tem como objetivo maior, pela experimentação, confirmar a hipótese (possível solução). A lei é a comprovação científica da relação de causa e efeito. A experimentação também pode determinar a negação da hipótese, uma vez que os fatos não permitam aceitá-los; neste caso, o trabalho científico não tem o menor valor. Quando não se consegue comprovar ou contradizer a hipótese, o trabalho científico ficará pendente de futuras explicações para a obtenção de um resultado final de aceitação ou rejeição. Quando for aceito, será uma lei científica demonstrada. (SANTOS, PARRA FILHO, 2017).

Fases do Método Indutivo

Segundo Marconi e Lakatos (2019), existem três elementos que são fundamentais para toda indução, isto é, a indução realiza-se em três etapas (fases):

a) Observação dos fenômenos: nessa etapa, observamos os fatos ou fenômenos e os analisamos com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação.

b) Descoberta da relação entre eles: na segunda etapa, procura-se, por intermédio da comparação, aproximar os fatos ou fenômenos com a finalidade de descobrir a relação constante e existente entre eles.

c) Generalização da relação: nessa última etapa, generaliza-se a relação encontrada na precedente, entre fenômenos e os fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não foram observados (e muitos inclusive são inobserváveis).

Portanto, como primeiro passo, observamos atentamente certos fatos ou fenômenos. Passamos, a seguir, à classificação, isto é, agrupamento dos fatos ou fenômenos da mesma espécie, segundo a relação constante que se nota entre eles. Finalmente chegamos a uma classificação, fruto da generalização da relação observada.

Regras do Método Indutivo

Para que não se cometam equívocos facilmente evitáveis, três regras orientam o trabalho de indução:

a) Certificar-se de que é verdadeiramente essencial a relação que se pretende generalizar; isso evita confusão entre o acidental e o essencial.

b) Assegurar-se de que sejam idênticos os fenômenos ou fatos dos quais se pretende generalizar uma relação; isso evita aproximações entre fenômenos e fatos diferentes, cuja semelhança é acidental.

c) Não perder de vista o aspecto quantitativo dos fatos ou fenômenos. Essa regra se impõe porque a ciência é primordialmente quantitativa, motivo pelo qual é possível um tratamento objetivo, Matemático e Estatístico.

Leis do Método Indutivo

As etapas e regras do método indutivo repousam em leis (determinismo) observadas na natureza, segundo as quais:

a) “Nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos”.

b) “O que é verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de um sujeito, é verdade para todo sujeito universal”.

Para as autoras, cabe a observação de que o “determinismo” da natureza, muito mais observável no domínio das ciências físicas e químicas do que no das biológicas e, principalmente, sociais e psicológicas, é um problema propriamente filosófico, mais especificamente da filosofia das ciências, se trata de justificar o princípio do determinismo, sobre o qual se fundamenta a indução.

Perguntas norteadoras do Método Indutivo

A utilização da indução leva à formulação de duas perguntas:

a) Qual a justificativa para as inferências indutivas?

Temos expectativas e acreditamos que exista certa regularidade nas coisas, e, por esse motivo, o futuro será como o passado.

b) Qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passado?

Constituem justificativa, principalmente, as observações realizadas. Exemplo: se o sol vem “nascendo” há milhões de anos, pressupõe-se que “nascerá” amanhã. Portanto, as observações repetidas geram em nós a expectativa de certa regularidade no mundo, no que se refere a fatos e fenômenos. Por esse motivo, analisando vários casos singulares no mesmo gênero, estendem-se a todos (do mesmo gênero) as conclusões baseadas nas observações dos primeiros, através da “constância das leis da natureza” ou do “princípio do determinismo”.

Formas de Indução

a) Indução Vulgar: é um tipo de raciocínio utilizado cotidianamente em nossa vida prática. Seria a tendência humana em generalizar propriedades, características ou qualidades comuns a partir de fatos observados superficialmente. Esse tipo de indução leva facilmente ao erro. (MEDEIROS, 2019).

Exemplo de indução Vulgar:

Se um vendedor nos atende mal uma, duas, três vezes, somos levados a generalizar seu comportamento.
Logo, ele nos atenderá mal sempre.

b) Indução formal ou completa (estabelecida por Aristóteles): seria o inverso da dedução. Nesse tipo de indução, há uma simples substituição de uma coleção de termos particulares por um equivalente. (BARROS; LEHFELD, 2010). Ela não se vale de alguns casos, mas de muitos, sendo que cada um dos elementos inferiores é comprovado pela experiência. Como esta espécie de indução não nos leva a novos conhecimentos, é estéril, não passando de um processo de colecionar coisas já conhecidas e, portanto, não tem importância para o progresso da Ciência. (MARCONI; LAKATOS, 2019).

Exemplo de Indução formal ou completa:

Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo têm 24 horas.
Ora, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo são dias da semana.
Logo, todos os dias da semana têm 24 horas.

c) Indução incompleta ou científica (criada por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon): fundamenta-se na causa ou na lei que rege o fato ou fenômeno, constatada em um número significativo de casos, mas não de todos. Essa indução é a alma das Ciências Experimentais. (BARROS; LEHFELD, 2014). Não deriva de seus elementos inferiores, enumerados ou provados pela experiência, mas permite induzir de alguns casos adequadamente observados (sob circunstâncias diferentes, sob vários pontos etc.) e às vezes de uma só observação, que se pode dizer (afirmar ou negar) dos restantes da mesma categoria. Portanto a indução científica fundamenta-se na causa ou na lei que rege os fenômeno ou fato, constatada em um número significativo de casos (um ou mais), mas não em todos. (MARCONI; LAKATOS, 2019).

Exemplo de Indução incompleta ou científica:

Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno não têm brilho próprio.
Ora, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno são planetas.
Logo, todos os planetas não têm brilho próprio.

Regras de Indução Incompleta

Os casos particulares devem ser provados e experimentados, na qualidade suficiente (e necessária) para que se possa dizer (ou negar) tudo o que será legitimamente afirmado sobre a espécie, gênero, categoria etc.

Com a finalidade de poder afirmar, com certeza, que a própria natureza da coisa (fato ou fenômeno) é que provoca a sua propriedade (ou ação), além de grande quantidade de observações e experiências, é também necessário analisar (e destacar) a possibilidade de variações provocadas por circunstâncias acidentais. Se, depois disso, a propriedade, a ação, o fato ou o fenômeno continuarem a se manifestar da mesma forma, é evidente ou, melhor dizendo, é muito provável que sua causa seja a própria natureza da coisa (fato ou fenômeno). (MARCONI; LAKATOS, 2019).

Força indutiva dos argumentos por enumeração

Os princípios da força indutiva dos argumentos por enumeração possuem as seguintes justificativas:

a) Quanto maior a amostra, maior a força indutiva do argumento;

b) Quanto mais representativa a amostra, maior a força indutiva do argumento.

Tipos de amostras para força indutiva do argumento

Como a amostra é fator importante para a, deve-se verificar o tipo e quando a amostra interfere na legitimidade da inferência:

a) Amostra insuficiente: ocorre a falácia da amostra insuficiente quando a generalização indutiva é feita a partir de dados insuficientes para sustentar essa generalização.

b) Amostra tendenciosa: a falácia da estatística tendenciosa ocorre quando uma generalização indutiva se baseia em uma amostra não representativa da população.

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Referências Bibliográficas:

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

MICHEL, Maria Helena. Metodologia e Pesquisa Científica em Ciências Sociais: um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2015.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como Fazer Pesquisa Qualitativa. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

PRODANOV, Cleber Cristiano.; FREITAS, Ernani Cesar de Freitas. Metodologia do Trabalho Científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016.

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